domingo, 19 de julho de 2009

PERFIL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO

DO SURGIMENTO

Em meados do século XVII, uma certa região do Rio Grande do Norte foi chamada de Passagem do Pedro, numa referência ao homem que fez a vereda transpondo o rio Mossoró.

Nos idos de 1766, uma figura de destaque da região era o Capitão Sebastião Machado de Aguiar, proprietário da fazenda Pau do Tapuio. O Capitão era devoto de São Sebastião e como queria um filho homem, prometeu ao santo dar seu nome ao povoado e mandar construir uma capela, caso lhe fosse concedida a graça desejada. Alcançada a graça a localidade ganhou o nome do santo e capela foi construída, em 1792.

No ano de 1806, o Capitão pioneiro morreu sendo sucedido por seu filho, também Sebastião Machado de Aguiar, que tinha o mesmo estilo desbravador que caracterizou o seu pai.

Em 1870, teve início nos sítios Gangorrinha e Quixaba de São Bento, uma produção de liliáceas que deu origem a grande atividade econômica voltada para o comércio do alho fazendo com que durante algum tempo, a localidade fosse chamada de capital do alho.

Pela sua localização na orla do rio Mossoró o povoado sofreu muito com as águas que transbordavam. Por causa das grandes enchentes do rio São Sebastião ficou algum tempo sem sua capela, mas a população, liderada por Manuel Joaquim de Oliveira, reconstruiu a igreja com melhor estrutura, duas torres ornamentais e em 1941, passou à condição de Igreja Matriz. Em 1943, dois anos depois, o povoado passou a se chamar Sebastianópolis.

Em 1912, o farmacêutico Jerônimo Rosado aproveitando as jazidas de gesso existentes em suas terras, deu início a uma indústria de extração de gipsita. O seu esforço teve continuidade com seus filhos Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia e Dix-Neuf Rosado Maia. Nascido em Mossoró em 1911, Jerônimo continuou a trabalhar nas jazidas de gesso do pai, avançou na atividade pública em 1948, foi eleito prefeito de sua terra. Em 1950, foi eleito em campanha memorável, Governador do Estado do Rio Grande do Norte.

Após sua morte em acidente aéreo na capital sergipana, a Câmara Municipal de Mossoró determinou por meio da Lei no 16/51, a mudança do nome de Sebastianópolis para Governador Dix-Sept Rosado, em homenagem ao líder da região Oeste. Pela Lei no 2.878, de 4 de abril de 1963, Governador Dix-Sept Rosado desmembrou-se de Mossoró e tornou-se município do Rio Grande do Norte.
IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO

Nome do Município: Governador Dix-Sept Rosado
Lei de Criação: n° 2.878 Data: 04/04/1963
Desmembrado de: Mossoró
Microrregião do IBGE: Chapada do Apodi
Zona Homogênea do Planejamento: Mossoroense
Índice de Desenvolvimento Humano: 0,637
Esperança de Vida ao Nascer: 64,580

CARACTERISTICAS FÍSICA

Localização, Área, Altitude da Sede, Distância em Relação à Capital e
Limites
Coordenadas Geográficas: latitude: 5º 27’ 32” Sul
longitude: 37º 31’ 15” Oeste
Área: 1.129,36 km², equivalente a 2,38% da superfície estadual.
Altitude da Sede: 26 metros
Distância em Relação à Capital: 320 km
Limites: Norte – Mossoró e Baraúna
Sul – Caraúbas, Apodi, Felipe Guerra e Upanema
Leste – Mossoró e Upanema
Oeste – Felipe Guerra e Estado do Ceará
CLIMA
Tipo: clima muito quente e semi-árido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono.
Precipitação Pluviométrica Anual: normal: 711,5 mm
observada: 428,0 mm
desvio: 16,5 mm
Período Chuvoso: fevereiro a maio
Temperaturas Médias Anuais:
máxima: 36,0 °C, média: 27,4 °C e mínima: 21,0 °C
Umidade Relativa Média Anual: 70%
Horas de Insolação: 2.700
FORMÇÃO VEGETAL

Caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactácea e plantas de porte mais baixo e espalhado. Entre outras espécies destacam-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, xique-xique e facheiro.

Carnaubal - vegetação natural onde a espécie predominante é a palmeira, a carnaúba. Os carnaubais são espaçados e iluminados.

SOLO

Solos predominantes e características principais:
Rendzina - fertilidade alta, textura argilosa, moderadamente a imperfeitamente drenado, relevo plano.
Cambissolo Eutrófico - fertilidade média a alta, textura argilosa, bem a moderadamente drenado, relevo plano.

Uso: pecuária extensiva, rebanhos caprino e suíno. A principal limitação é a falta d’água, portanto, devem ser cultivadas com culturas resistentes à seca. O Rendzina, apesar de ter uma fertilidade natural alta, apresenta baixo teor de fósforo e tem uma pequena profundidade. Destaca-se na produção de milho, pimentão, melão, na criação de galináceos e na produção de leite de cabra.

Aptidão Agrícola: regular e restrita para pastagem natural; áreas menores a oeste e sudeste com aptidão restrita para lavouras e aptas para culturas de ciclo longo como algodão arbóreo, sisal, caju e coco.

Sistema de Manejo: baixo, médio e alto nível tecnológico. As práticas agrícolas dependem tanto do trabalho braçal e da tração animal com implementos agrícolas simples, como da motomecanização.

RELEVO

Menos de 100 metros de altitude.

Chapada do Apodi - terras planas ligeiramente elevadas, formadas por terrenos sedimentares, cortados pelos rios Apodi-Mossoró e Piranhas-Açu.

Planícies Fluviais - terrenos baixos e planos situados nas margens dos rios. Também denominados de vales.

ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS

O município localiza-se em área de abrangência da Formação Jandaíra (Bacia Potiguar) de Idade do Cretácea, de 80 milhões de anos, predominando calcarenitos e calcilutitos bioclásticos, cinza claro a amarelado, com níveis evaporíticos na base, depositados em extensa planicie de maré e numa plataforma rasa, carbonática, que formam solos areno-argilosos. Nos vales dos leitos do rio Apodi encontram-se Depósitos Aluvionares compostos de areias e cascalhos, com intercalações pelíticas, associados aos sistemas fluviais atuais, formando uma planície fluvial, área plana resultante da acumulação fluvial sujeita a inundações periódicas. Localmente a Leste encontra-se um faixa Paleocascalheiras, compostos paraconglomerados com seixos de quartzo, sílex e fragmentos líticos, matriz areno-argilosa avermelhada, seguindo para o Norte. Geomorfologicamente predominam no município uma superfície pediplanada, elaborada por processos de pediplanação.
Ocorrências Minerais: minerais não metálicos - gipsita e calcário. Minerais energéticos - petróleo e gás.

Areia - os principais usos e aplicações do mineral de quartzo e da areia quartzosa industrial, são como fonte de silício, muito usado em indústrias de alta tecnologia (eletrônica, ótica, cerâmica, telecomunicações, informática e outros), nas indústrias de vidro, cerâmica, cimento, fertilizantes e defensivos agrícolas, fundição, siderurgia, abrasivos, refretários ácidos, meios filtrantes, meios de troca térmica, padrão para medidas físicas, em desmonte hidraúlico de minérios, dentre outros.

Argila para cerâmica vermelha - também denominada cerâmica estrutural, compreende a parte da cerâmica que engloba todos os produtos que apresentam cor vermelha após a queima a 950ºC. Estes produtos são utilizados, em sua maioria, na construção civil, como tijolos, telhas, blocos, lajes, lajotas e outros artefatos.

Argilito - dependendo da temperatura da queima, aplica-se para uso provável em tijolos de alvenaria.

Calcário - de origem sedimentar conta com 465.181.100 toneladas que representam 17% das reservas estadual medida. Matéria-prima usada para fabricação de cal, cuja produção é bastante irregular. Inúmeras são as aplicações das rochas carbonáticas, representando uma das mais importantes matérias primas que a natureza proporciona, face à diversidade de aplicações na indústria, sendo empregadas como matéria-prima essencial para manufatura de cimento portland, na fabricação de cal, como corretivo de solos, como pedra britada, como fundente em metalurgia, na indústria química e farmacêutica, na complementação de ração animal, como pedras ornamentais, dentre outras.

Celestita - usada principalmente em produtos químicos, tubos de televisores coloridos, esmaltes, soda caústica purificadora, tintas, pirotecnia, dentre outros.

Gipsita - os principais usos e aplicações são na fabricação do cimento portland, como retardador de tempo de pega, na fabricação de gesso, com largo emprego na construção civil, na industria química, utilizada como matéria prima na obtenção do ácido sulfúrico, sulfato de amônia, enxofre elementar e sulfato de magnézio, na agricultura como corretivo de solos alcalinos e solos deficientes de enxofre, e em outros usos, como carga para papel, tintas, inseticidas, confecções de moldes artísticos, ortopédicos e dentários, dentre outros. Ocorrências nas fazendas Cajazeiras, Pedreiras, Retiro e Espinheiro se processam em escala reduzida devido ao conhecimento dos jazimentos. Os depósitos são constituídos por lentes irregulares ou camadas descontínuas na porção média da Formação Jandaíra.

Gás Natural – produção de 39.189 mil m³ no ano de 2002, representado 10,85% da produção estadual, em terra, ocupando o 3º lugar entre os quartoze municípios produtores no Estado.

Óleo ou Petróleo Líquido – até o ano de 2002, o total de poços perfurados e produtores é, respectivamente, 78 e 59, com produção anual de 1.421.500 barris, representando 5,60% da produção estadual, em terra, ocupando o 7° lugar entre os quartoze municípios produtores no Estado.

RECURSOS MINERAIS ASSOCIADOS

Paleocascalheiras e Grupo Barreiras - cascalho, material utilizados para construção civil; seixos e calhaus de calcedónia, utilizada em artesanato mineral e em moinhos de bolas, água mineral, utilizada para o consumo humano.
Depósitos Aluvionares e Paleodunas - bancos de areias e cascalho, materiais utilizados para construção civil.

Formação Jandaíra - calcários cálcicos e magnesianos, utilizados na indústria do cimento, cal, corretivo agrícola e alimentar para animais; rocha ornamental, utilizada como piso e revestimento; britas e pedras dimensiona, utilizadas para construção civil, gipsita e argilas utilizadas na indústria do cimento e gesso agrícola.

RECURSOS HIDRICOS

Hidrogeologia:

Aqüífero Jandaíra - é composto dominantemente por calcários, apresentando água geralmente salobra e uma composição química favorável a pequena irrigação. É também um aqüífero livre ou confinado com vazões que variam até 30m³/h, com média de 3 m³/h e poços com profundidade média em torno de 8m.

Aqüífero Aluvião - é um aqüífero livre e apresenta-se disperso, sendo constituído pelos sedimentos, geralmente depositados nos leitos e terraços dos rios e riachos de maior porte. Estes depósitos caracterizam-se pela alta permeabilidade, boas condições de realimentação e uma profundidade média em torno de 7 metros. A qualidade da água geralmente é boa e pouco explorada. Abaixo do Jandaíra encontra-se o Aqüífero Açu.

Hidrologia:

O município encontra-se com 100% do seu território inserido na Bacia Hidrográfica do rio Apodi - Mossoró.

Rio: Apodi

Riachos: do Inferno, do Livramento, do Cavalo Morto.

Açudes com Capacidade de Acumulação Superior a 100.000 m³:

Públicos: Horizonte
Comunitários:
Rio/Riacho Barrado: Riacho do Inferno
Capacidade 800.000 (m³)
SITIO NATURAL

Poço Feio - manancial de água provindo de uma ressurgência.

Lajedo - sítio de aproximadamente 2 ha de dimensão, que apresenta paleontológico, com abismos (grutas verticais).

Gruta de João Oliveira - restos pré-históricos interesse arqueológico.

Grutas da Lajedo Grande e da Chuva e Abismo das Abelhas.
Fonte IDEMA.